Manifestações de rua e diagnóstico

Com certeza, nós mesmos e muito de nossos associados estamos de acordo com as reivindicações apresentadas, o ruim é que a mídia manipulada vem tentando desqualificar muito do que é correto e jogando contra os anseios de uma grande maioria para não perder os contratos milionários com as três esferas de governo. Já passamos por isso antes quando da aprovação da reforma administrativa do senhor Bresser Pereira – Por onde será que anda?

No final, após várias perdas de direitos, voltamos contribuir novamente para a previdência, mesmo aposentados. Na sua estratégia, essa mesma mídia tenta convencer que existem centenas de vândalos se aproveitando do momento e até tenta ensinar como se deve comportar quem está revoltado com o atual estágio da saúde, educação e transportes e principalmente a magnitude da corrupção atual, a que está submetido o povo brasileiro mais humilde.

Derrotada em seus intuitos de cúmplice cuja maior tarefa é deixar o povo cada vez mais ignorante e imobilizado por sua programação da mais baixa qualidade, ainda entra na fatia de formulação política, fazendo da cobertura da manifestação chapa branca um líbelo contrário às reivindicações principais, defendendo inclusive aquela pauta mitigada das centrais que não dará conta da crise atual, em contraponto da falta de pauta das manifestações populares. Ontem saí do DAP antes das manifestações do centro, minha última experiência tinha sido das piores quando no dia 20 resolvi ir embora achando que tudo já deveria estar calmo, afinal a manifestação era na prefeitura há mais de 5 km daqui e as tvs não noticiavam maiores problemas, ledo engano, a polícia ensandecida que vinha perseguindo a multidão desde lá, me alcançou ente o DAP e o ponto de ônibus e, felizmente fui, não fosse os efeitos do gás lacrimogênio, uma vítima quase ilesa dos tiros de borracha e bombas de efeito moral, dirigidos contra mim até quando estava isolado e, conseguindo retornar ao DAP para me livrar do sufocamento a que fora submetido pude observar da janela uma estranha convivência dos policiais com alguns “vândalos” que ainda provocavam fogueiras pela Rio Branco.

Ontem, não havia grandes previsões para problemas ainda assim resolvi ir cedo para casa e mais uma vez caí no olho do furacão provocado pela polícia e seus “vândalos”, fardados ou não, recolhi em meu apartamento um grupo de jovens na sua maioria meninas apavoradas com a truculência da polícia, providenciei vinagre e água gelada para todos, pois até no interior do apartamento os efeitos do gás era insuportável – 7º Andar! Bombas haviam sido atiradas no interior do prédio e o ar era irrespirável, dentro nos corredores, elevadores, etc nada de mais pois além de quebrarem a portaria de vidro da Clínica ao lado, também jogaram várias bombas no seu interior.

Esse fora apenas o primeiro confronto, do qual a mídia classificaria como resultado da provocação dos manifestantes, se omitindo sobre os dois subsequentes, especialmente os vândalos – a essa mídia…. para ela, na manifestação chapa branca para a qual se preparou com esmero para um cobertura a nível nacional, os participantes eram protestantes(!). Confronto após confronto crescia minha admiração por aqueles jovens brasileiros preocupados com a pátria e os direitos de todos sem se importar com as consequências, tendo inclusive retornado uma quarta vez quando a polícia e seus infiltrados desistiram, e aquela musiquinha jovial; Olha eu aí de novo, olha eu aí de novo. Pela manhã vi com revolta, novamente a mídia junto com a polícia apresentando coquetéis molotovs, abandonados justamente onde se posicionava a repressão, alegando terem achado hoje quando consertavam os estragos provocados pelo confronto. Além dos infiltrados ainda apoiam falsas pistas nenhum coquetel foi lançado pela multidão, alias eles estavam com a polícia e talvez seriam utilizados para desqualificar a manifestação.

É isso, quem sabe ao invés do chororô antigo não deveríamos dar as boas novas desse Brasil que está tentando ressurgir.