Reforma Administrativa: Questões Críticas de Precarização e Eficiência

A proposta de Reforma Administrativa, liderada pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), busca alterar significativamente a estrutura do serviço público brasileiro. Com foco em avaliação de desempenho, teletrabalho, progressão de carreira e eliminação de benefícios considerados excessivos, o projeto levanta discussões intensas sobre a possível precarização dos quadros efetivos do serviço público.

Concursos e Contratações Temporárias

Embora os concursos públicos sigam como a principal forma de ingresso no serviço público, a ampliação do Concurso Nacional Unificado (CNU) preocupa quanto à precarização. As novas regras para contratações temporárias, mesmo sendo apresentadas como mais rígidas, pode, na prática, facilitar um controle de gastos mais flexível do que os destinados a servidores efetivos. A realocação e extinção de vagas estatutárias permanecem ameaças à estabilidade e continuidade dos serviços.

Avaliação de Desempenho

A reforma propõe um destaque renovado à avaliação de desempenho, já prevista na legislação atual. O verdadeiro desafio reside na aplicação eficiente dos métodos existentes sem que se convertam em instrumentos punitivos, mas sim que promovam o desenvolvimento contínuo dos servidores.

Teletrabalho e a “Bagunça”

O teletrabalho é alvo de críticas do deputado, que aponta desordens decorrentes do uso intenso do trabalho remoto. A proposta de limitar o teletrabalho a um único dia semanal visa restaurar a suposta eficiência do trabalho presencial em serviços essenciais. No entanto, as “bagunças” mencionadas podem ser melhor resolvidas com regras internas adequadas para cada órgão, garantindo flexibilidade e produtividade.

Penduricalhos e Privilégios

A reforma pretende eliminar privilégios e penduricalhos que se tornaram permanentes nas folhas de pagamento. A adoção de medidas para reduzir férias prolongadas e limitar verbas indenizatórias busca alinhar os benefícios do setor público aos do setor privado. Contudo, o sucesso dessas mudanças dependerá da superação de obstáculos políticos e interesses de grupos influentes.

Reforma Judiciária e Lobby

A resistência do Judiciário e do Ministério Público é apontada como um possível empecilho à reforma. O deputado Pedro Paulo menciona interações com líderes judiciais, como Edson Fachin, presidente do STF, destacando a importância de um diálogo contínuo para evitar que a proposta seja barrada pelo Supremo. Ao manter conversas abertas com cúpulas do Judiciário, ele busca construir consensos necessários para o avanço das reformas.

Expectativas e Evolução do Texto

O Relator da Reforma – Pedro Paulo admite que o texto da reforma está em constante evolução, sem a pretensão de perfeição, e respeita a pluralidade do parlamento e da sociedade brasileira. Mesmo assim, ele demonstra otimismo sobre o potencial reformador do parlamento, projetando discutições até pelo menos 2027.

Acompanhamento do DAPIBGE

A Presidência do DAPIBGE está atenta a essas tratativas e está em constante contato com parlamentares e outros agentes de governo, garantindo que nossos associados se mantenham informados. Reiteramos a importância de que todos os associados frequentem nossas redes e visitem nosso site. A informação é essencial neste processo! Precisamos lutar pelos nossos direitos com a nossa principal arma: a informação.

Em conclusão, a reforma enfrenta desafios complexos que prometem discussões prolongadas, exigindo um equilíbrio cuidadoso entre a modernização do serviço público e a preservação dos direitos fundamentais dos servidores públicos inclusive os aposentados!

DAPIBGE PRESENTE !

Júlio Dutra
Presidente